PARA ONDE FOI A SUA ALEGRIA?

Olá, Pessoal…

Todos nós passamos por inúmeros problemas em nossas vidas,mas muitas vezes não nos damo conta de que fomos nós mesmos que os criamos. Quando eu digo que a vida é muito mais que cabelos as pessoas acham é exagero meu, mas honestamente não é.

Qual a fórmula mágica pra se chegar a esse ponto? Aceitação, maturidade, tombos diversos e alegria de viver!  Criamos nossas vidas a partir das escolhas que fazemos.

Por isso, hoje trago um texto da querida Patrícia Gebrim, para que possamos refletir sobre a nossa capacidade de sentir alegria. Espero que gostem e reflitam.

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“No meu entender, o maior sinal de sanidade que podemos ter é a nossa capacidade de sentir alegria, que é esse sentimento que nos deixa leves, mais próximas da criança que habita em nós, que nos faz ter uma visão positiva do mundo, que nos conecta com as coisas boas que existem ao nosso redor.

Quando estamos alegres somos mais gentis com nosso próprio ser, nos permitimos ouvir músicas que gostamos, nos permitimos mover o nosso corpo com entusiasmo, tornamos nossa vida mais colorida.  Mas não é só isso… Quando estamos alegres também somos mais gentis com os outros.  Sorrimos mais, temos mais paciência e tolerância, somos mais generosos em nossas atitudes.

Não adianta termos uma vida cheia de coisas que queremos se o preço para obtê-las é a nossa alegria.  Porque no final é mais ou menos isso o que acontece.  Criamos vidas tão complicadas e atarefadas que acabamos sobrecarregados, e a nossa alegria fica lá, soterrada embaixo disso tudo, sem conseguir espaço para nos fazer sorrir.

Experimente isso: saia para passear num dia lindo de sol, sinta a oportunidade de se perceber leve, solto, movido pelo prazer de buscar contato com a natureza.  Sinta a alegria movendo cada um de seus passos.

Agora tente fazer o mesmo levando com você seu laptop, uma mochila cheia de roupas, as pastas com os contratos que terá que assinar no dia seguinte, o livro de leitura que terá de levar para seu filho mais tarde, as frutas que comprou no supermercado, etc. etc.

Será que vai aproveitar o passeio da mesma forma? Os braços ocupados, as costas arqueadas sob todo aquele peso.  Sinta isso… Será que você vai conseguir sentir o vento agitando seus cabelos?  Vai perceber a forma sutil como as nuvens se dissolvem ao vê-lo passar?  Claro que não!

Apesar de o caminho ser exatamente o mesmo, você provavelmente se sentirá irritado, com as costas doendo pelo peso da mochila, a mente apressada, andando à sua frente sem perceber o momento presente.  Impossível sentir alegria dessa  maneira!  E é exatamente assim que a maioria da pessoas vive as suas vidas nas grandes cidades, nos dia de hoje.

O que fazer então? Abandonar tudo? Jogar o laptop de cima da ponte? Fazer uma linda fogueira com os contratos? Jogar as frutas e fazer greve de fome? Abandonar a família e virar um eremita?

Novamente… CLARO QUE NÃO!  Mas talvez você possa abrir espaços no meio do seu dia para celebrar a alegria.  A alegria precisa de leveza, de mãos soltas, livres de tanta carga, precisa de uma mente livre de tantos pensamentos.  Precisa de momentos de contemplação.  A vida não pode ser só ação.  É preciso espaço para a contemplação.

É na contemplação que alimentamos a nossa alma.  Não há alegria sem alma.

Se você quer a sua alegria de novo, terá de lutar por ela, abrindo espaço em sua agenda, como uma pessoa perdida na selva precisa abrir caminho até encontrar o rio que pode matar a sua sede.  Entenda que a sua vida não é algo que simplesmente acontece a você, como se você não tivesse nada a ver com isso.  Você faz parte da sua vida!  Você a cria a partir das escolhas que faz.  Inclua a alegria nas suas escolhas.  E entenda que se você recuperar a alegria, todo o resto da sua vida fluirá melhor, com mais leveza e menos nós.

A alegria é a verdadeira “desatadora de nós”, acredite!”

Texto extraído do livro Enquanto escorre o tempo, Editora Pensamento.

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QUEM NUNCA ERRA?

Oi, Lindinhos.

Todos sabem da paixão declarada que tenho pelos textos da fofa da Patrícia Gebrim, gostaria que perdessem um “tiquinho” de tempo para se deliciar com mais este texto dela, é simplismente fantástico.

Beijos de boa noite a todos,

Claudinha

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Se nascemos sem saber de tudo, é esperado que o erro seja uma constante  em nossa vida. Fico me perguntando por que motivo as pessoas têm tanta dificuldade em aceitar isso. Agem como se precisassem acertar sempre. Muitas vezes evitam tomar decisões, por medo de cometer um erro e assim delegam a outros  decisões que deveriam vir da parte mais profunda de seu próprio ser.

Uma das maiores responsáveis por nossa infelicidade é essa nossa mania de colocar nossa vida nas mãos de outro alguém.  Como se fôssemos crianças, deixamos de assumir responsabilidade por nossas escolhas, deixamos de fazer por nós mesmos o que é necessário e perdemos o que temos de mais valioso: nosso tempo de vida, cada precioso segundo que se vai e não volta mais.

Desprezamos nossa intuição, que nos diz o tempo todo para onde ir, e ficamos lá, teimosamente, esperando que alguém decida por nós.

Que poder é esse que colocamos nas mãos das outras pessoas? O poder de decidir nosso caminho, fazendo escolhas por nós. O poder de nos fazer sentir bem ou mal, felizes ou infelizes, com valor ou sem valor. Algo deve estar errado nessa equação. Não é possível que seja o outro quem determina quem somos. Se o outro nos elogia, ganhamos o dia, nos sentimos majestosos como príncipes e princesas. Mas se o outro nos critica, voltamos para casa derrotados, nos arrastando como se fossemos um cobertor velho, sujo e cheio de buracos. Não é possível que tenha que ser assim.

A verdade é que precisamos crescer. Amadurecer. Virar gente grande. Assumir responsabilidade por nossas falhas e acertos. Parar de nos esconder atrás das opiniões alheias, parar de esperar ou permitir que o olhar do outro nos defina. Parar de permitir que as palavras dos outros nos guiem. Precisamos ser corajosos o suficiente para cometer nossos próprios erros e nos responsabilizar por eles, precisamos ser ousados o suficiente para escolher nosso próprio caminho. Precisamos aprender a cuidar de nós mesmos, o melhor que pudermos.

Se algo o está deixando infeliz, mude. Cresça. Enfrente o novo. Se acredita de verdade na voz que vem de dentro de você, aprenda a ficar surdo e cego para o que vem de fora. Banque a si mesmo, mesmo que no final se descubra cometendo enganos. Precisamos ter o direito de cometer nossos próprios erros, afinal é assim que nos tornamos pessoas melhores, mais sábias e  mais interessantes.

Errar é descobrir algo que não sabíamos antes. Nos torna mais sábios. Não é algo ruim, se encararmos dessa forma, se utilizarmos a experiência do erro para lapidar nosso ser.

Só as pessoas medíocres nunca erram, talvez porque nunca arrisquem dar passo algum por si mesmas. Pessoas assim evitam a riqueza dos amplos espaços abertos feitos de vida, preferem vivem em cubículos controláveis,  pequenos a ponto de nunca correrem o risco de se perderem nele. Acho triste viver assim. Acho triste uma criança que chega impecável ao final da festa, sem um fio do cabelo fora do lugar, sem um brigadeiro amassado grudado na roupa, sem um roxinho sequer no joelho.

Quando somos crianças acreditamos que existe alguém fora de nós, uma espécie de super-herói,  capaz de nos conduzir em segurança pela vida. Entregamos a esse alguém as nossas decisões.  Mas o tempo passa, nós crescemos,  nos tornamos adultos e precisamos reivindicar o nosso direito de fazer nossas próprias escolhas.

A partir de certo momento de nossas vidas, precisamos compreender que ninguém pode ser responsável por nós. Nem nossos pais, nem nossos parceiros afetivos, nem nossos amigos, professores, líderes espirituais ou quem quer que seja. Ouvir opiniões e considerá-las é uma coisa. Mas esconder-se por trás das palavras dos outros e deixar de decidir nossa própria vida, é outra.
Esqueça aquele maldito livro de regras, de certos e errados.

Ouça:
– Por mais que uma pessoa o ame, ela não poderá  decidir sua vida por você. Erre. Deliciosamente. Intensamente. Sem medo. Conscientemente.
Não leve tudo tão a sério. Divirta-se. Eu lhe garanto. Nada vai levá-lo mais em direção aos acertos do que cometer seus próprios erros e aprender com eles.

NÃO PERMITA QUE O MUNDO VIRTUAL EMPOBREÇA SUAS RELAÇÕES

Texto de Patrícia Gebrim, publicado no site Vya Estelar.

Outro dia fui com uma amiga a um restaurantezinho próximo do meu trabalho. Fazia tempo que não nos víamos e eu tinha feito uma lista enumerada com os assuntos que tínhamos para atualizar.

Assim que nos sentamos, ainda antes de escolhermos os pratos, veio um som assustador de dentro da bolsa de minha amiga:- Qui!… Qui!… Qui! (som onomatopaico da musiquinha do filme Psicose, tentei reproduzir como pude!). Era o toque do seu celular.

Sem cerimônia ela atendeu e falou por uns 10 minutos com a mãe de uma amiguinha de colégio de sua filha, e lá fiquei eu sabendo detalhes sórdidos da separação dessa moça, que evito nomear por respeito à sua privacidade. Finalmente, quando desligaram, achei que a nossa conversa poderia começar.

Fizemos o pedido e logo no primeiro assunto lembrei de uma amiga em comum. Mal toquei em seu nome, e minha amiga disse que era sua amiga em uma rede social e decidiu abrir o perfil dela para me mostrar. E lá que se foi mais um tempão até que ela conseguisse se conectar. Pediu a senha do wi-fi ao garçom; brigou quando não deu certo, acabou conseguindo, levou mais um tempo abrindo as fotos, praguejou quando as fotos não carregaram; e depois de uma eternidade, quando finalmente me mostrou um rosto quadradinho lá no seu celular, tive que lhe dizer que estava sem óculos e não fazia a menor ideia se estávamos falando da mesma pessoa; uma vez que a foto era pequena demais para que eu a pudesse enxergar.

A comida chegou, respirei fundo e aceitei que teria que priorizar os itens da minha lista, uma vez que não teríamos tempo para conversar sobre tudo.

Recomeçamos a conversa, que já estava meio truncada, quando um bip veio de novo do seu celular. Eu, já irritada, olhei para ela com olhos mortais, daqueles dos quais saem mini facas na direção da pessoa que provoca esse meu olhar. Infelizmente ela não percebeu, já estava com o monstrinho na mão, o rosto tooodo vermelho e aquela voz melada que me deu vontade de jogar na tigela de sopa aquela droga de celular.

Sem perceber nada ela praticamente miou… – Ah… É o Fabinhoooo!!! Que fofo!

Eu achei que era só uma mensagem, mas ela começou a apertar as teclas loucamente. (Como alguém consegue fazer aquilo tão rápido?). Ela apertava teclas e ria… apertava teclas… e fazia comentários breves em voz alta, como se eu soubesse do que ela estava falando, eu que nem fazia ideia de quem era o tal Fabinho!!! Isso durou um tempo enorme. Ela levantava a mão para mim, como que pedindo para que eu aguardasse e continuava a teclar.

Comi em silêncio, me sentindo meio ridícula. Olhava ao redor, tentando imaginar se as pessoas das outras mesas estavam prestando atenção no que acontecia na nossa. Para meu espanto, vi a mesma cena se repetindo em outras mesas, e os acompanhantes abandonados me lançaram olhares de cumplicidade. Pensei em sugerir aos restaurantes criar espaços separados, em alguns deles seria terminantemente proibido usar o celular.

Por outro lado – continuei imaginando – na sala dos usuários de celular as pessoas se sentariam lado a lado, em balcões com apoios para o aparelho que viriam do teto, e fones de ouvido. Afinal, não seria necessário que se sentassem em mesas com outras pessoas, uma vez que só se relacionavam mesmo com o tal celular. Talvez pudessem ser alimentados por sondas, ficando com as mãos livres para teclar.

Bem, o término da conversa de minha amiga com o tal Fabinho me fez sair desses devaneios.

– O que estávamos falando mesmo? – perguntou minha amiga, aparentemente sem se dar conta de que eu tinha jogado a lista dentro do aquário. Os peixes pareciam estar mais interessados em minha lista do que ela.

Meu horário de almoço tinha acabado, eu precisava ir.

– Preciso ir – disse eu, um tanto irritada.

– Puxa, mas já? – disse ela. – Que pena! Vamos marcar outra vez em que você possa ficar e conversar. Você tem e-mail para a gente combinar?

_ …

Embora tenha dado um tom bem-humorado a essa estória, acho de verdade triste a forma como as relações humanas vem sendo afetadas pelo uso indiscriminado e desrespeitoso dos celulares e afins.

Será que, como alguns filmes de ficção científica já previram, nos tornaremos meio humanos meio máquinas?

Mais do que ditar regras de etiqueta para o uso do celular e afins, clamo a cada um de nós que resgate o bom senso no uso desses aparelhos que, se de verdade tem tantas utilidades maravilhosas, também parecem ter a horrenda capacidade de, pouco a pouco, trazer um profundo isolamento e empobrecer as relações humanas.

Se eu tivesse que dizer o que de verdade penso sobre tudo isso, diria:

– Não se tornem robôs. Lutem para manter vivo o que de melhor existe em vocês. Não deletem as pessoas reais de suas vidas em pró de trocas virtuais fadadas à idealização.

A vida está à sua frente, agora mesmo, querendo se dar a você. Abra os braços e a abrace com todas as suas forças… É ela que irá abraçar você de volta quando você precisar, acredite. Ainda não conheço nenhum aparelho capaz de fazer isso com alma.

ANTES DE BUSCAR UM RELACIONAMENTO, REFLITA SOBRE SUA VIDA

Texto de Patrícia Gebrim, pulicado no site Vya Estelar.

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Imagine a seguinte situação. Imagine que você esteja flutuando em meio ao oceano, completamente só, sem salva-vidas, sem um barco, sem bússola, sem avistar qualquer sinal de terra por perto. Você está simplesmente lá, sentindo-se só, sedento e vulnerável. Então um barco se aproxima. Você vê, presa ao mastro, uma estranha bandeira com aquela caveira assustadora que costuma aparecer nos navios piratas. As pessoas a bordo lhe parecem meio estranhas, mas o barco se aproxima oferecendo ajuda, para resgatar você. O que você faria?

Agora vamos tentar outra possibilidade. Você está cruzando o oceano em seu próprio barco, munido de GPS, abastecido com frutas e água doce, rodeado de amigos e pessoas queridas, quando vê aquele mesmo barco tentando se aproximar. O que você faria?

Agora pense em sua vida. Como você se sente na vida? Nadando só em meio ao oceano? Ou confortavelmente fazendo uma viagem em seu próprio barco? Já construiu uma base que lhe dê segurança? Tem seus próprios amigos? Tem um trabalho que lhe garanta sustento? Tem seus próprios interesses e sabe para onde quer ir? Ou está sozinho, infeliz no trabalho, perdido, sem rumo, sem nem mesmo saber bem do que gosta ou não?

Dependendo da sua resposta eu poderia lhe dizer, com uma boa dose de acerto, se você possui ou não predisposição para se envolver em relacionamentos abusivos.

Uma pessoa que tenha construído para si uma boa base, que tenha uma estrutura firme, terá muito menos chances de estabelecer relacionamentos não saudáveis do que aquelas que seguem pela vida à busca de alguém que as salvem de sua horrível existência.

Uma pessoa que tenha criado para si uma vida saudável, não aceitará menos do que um relacionamento saudável. Ora, se pode ficar bem sozinha, por que ficaria em uma relação que lhe faz mal?

Mas quando as pessoas não possuem uma estrutura social, financeira e emocional que as sustente, ficam vulneráveis a aceitar situações em que sejam tratadas de forma desrespeitosa, indigna e muitas vezes agressiva. Como se não lhes restasse alternativa, como se não tivessem escolha. Aceitar ou morrer. Ceder ou ser jogada aos tubarões! Uma relação nessas bases é marcada pelo medo e pela dependência, não é difícil enxergar isso quando olhamos de fora e com atenção.

Assim, antes de buscar um relacionamento, dê uma boa olhada em sua vida. Entenda que um relacionamento não pode ser a tábua de salvação para uma vida infeliz. Sua vida e o que quer que esteja acontecendo com ela é responsabilidade sua. Se você tem estado à espera que alguém apareça para salva-lo, cuidado!

Arregace as mangas e comece agora mesmo a curar sua própria vida. Procure conhecer melhor a si mesmo. Rodeie-se de pessoas que admire, invista nas amizades. Estruture sua vida profissional. Fortaleça a si mesmo.

Só assim seus relacionamentos terão espaço para ser vividos como deve ser, com leveza, respeito e uma verdadeira parceria.

Quer saber? Antes de procurar um namorado ou namorada, compre seu próprio barco!

NÃO PERMITA QUE O OLHAR DO OUTRO PARALISE VOCÊ

Texto de Patrícia Gebrim publicado no site: Vya Estelar

A vida em suas cenas cotidianas tem sido a minha inspiração para esta coluna e o que escrevo hoje não foge à regra.  Costumo almoçar em um pequeno restaurante que fica bem em frente ao meu consultório. Basta atravessar a rua e lá me aguardam as saladinhas de que tanto gosto. Assim, hoje, em meu intervalo para o almoço, cruzei a rua em direção a um prato saudável de salada acompanhado de um suculento grelhado. Sentei-me em uma pequena mesa na parte externa do restaurante, gosto de comer observando o movimento das pessoas na rua. Lá pelo meio do almoço, uma chuva espessa e assustadora despencou em meio a uma súbita ventania, fazendo os guardanapos voarem divertidamente para todos os lados. Terminei de almoçar sem pressa, esperando que a cortina de água se tornasse menos intensa, sem sucesso. Como chovia!

Percebi que o horário de meu próximo atendimento estava cada vez mais próximo e que eu inevitavelmente teria que atravessar toda aquela água para chegar ao consultório. Apesar de se tratar de apenas alguns metros, observei a rua cheia de água e olhei para os meus sapatos novinhos, bege claro, com dor no coração.Após avaliar a situação, percebi que a água era limpa, não oferecendo risco à minha saúde. Apenas tirei os sapatos, para o assombro das pessoas que estavam no restaurante, e calmamente caminhei até o outro lado da rua, entrando no prédio com os sapatos nas mãos, sob o olhar divertido da recepcionista.

Foram apenas uns 30 metros, mas algo naquela travessia me fez um bem que mal consigo descrever. Cheguei do outro lado da rua com uma deliciosa sensação de leveza. Talvez por me lembrar de tempos de criança em que andar descalça sob a chuva era a coisa mais deliciosa do mundo. Talvez pela liberdade de salvar meus sapatos, sem me preocupar tanto com o que as pessoas pensariam de mim.

Dei-me conta de que eu não seria capaz de fazer algo assim há alguns anos atrás. Com certeza teria estragado meus sapatos, com medo do julgamento das pessoas:

– Como assim, a “psicóloga” atravessando a rua descalça???

Há alguns anos atrás eu teria medo de enfrentar o outro, mesmo que fosse apenas em minha fantasia.

– Como podemos saber com certeza o que pensam as outras pessoas?.

O olhar do outro muitas vezes ganha proporções mitológicas, como se fosse a própria Medusa, transformada em monstro pela deusa Atenas. Diz a mitologia grega que Medusa possuía enormes serpentes na cabeça e asas de ouro. E que transformava em estátuas de pedra as pessoas que ousassem olhar diretamente em seus olhos.  Basta que a gente se preocupe com o olhar do outro, e imediatamente viramos estátuas de pedra, paralisados, amedrontados. O outro é a Medusa.

Mas precisamos nos lembrar que Medusa era uma górgona, irmã de Euríale e Esteno. Das três, Medusa era a única mortal. Sendo mortal, podemos vencê-la, como fez Perseu ao olhar para o horrendo monstro através do reflexo de seu escudo, decapitando-a com um único e certeiro golpe.

Usemos pois o escudo de nossa consciência para nos livrar desse olhar medonho que nos paralisa e nos transforma em estátuas de pedra. Façamos como Perseu, exterminando impiedosamente aquilo que limita nossos movimentos, rouba nossa espontaneidade e nos impede de ser quem de verdade somos.

Ah, quanto tempo precioso de nossas vidas perdemos dando à opinião alheia tanto poder. Quantas coisas deixamos de viver, quantas oportunidades perdemos.  O olhar do outro se torna como um gesso que limita nossos movimentos, rouba nossa fala, endurece nosso sorriso, rouba as asas de nossa alma.

Quando nos libertamos desse olho monstruoso que nos persegue, quando fazemos as pazes com nossa forma de ser, com nossas decisões, eliminamos muitas das causas de nossas angústias. Sentimos-nos leves para andar pela vida descalços, para rir de coisas bobas, para brincar como fazem as sábias crianças que não levam a vida tão a sério.

Passamos a agir com mais desenvoltura, com menos inibições, com mais firmeza e encantamento. Não existe nada mais libertador.  Ainda nos faz economizar uma boa quantia salvando nossos sapatos para que com eles sigamos pela vida, caminhando por nossos próprios pés!

QUEM BUSCA UM AMOR PERFEITO NÃO TEM MATURIDADE

Texto de Patrícia Gebrim, publicado no site www.vyaestelar.com.br

Quer um amor perfeito? Só se for a flor!

Você já viu aquela florzinha que chamamos popularmente de amor perfeito? Longe da perfeição, é uma flor pequena, delicada, às vezes me lembra uma carinha risonha, talvez rindo dessa nossa busca infantil e infrutífera pela perfeição no amor.

Se antes as pessoas suportavam coisas demais em nome do amor, até mais do que deveriam, mais do que seria saudável; hoje nada suportam. Basta uma palavra aparentemente inadequada ou mal colocada, um gesto mal cuidado, um erro, uma roupa desencontrada, um sapato mais brilhante do que supostamente deveria ser, e o outro já é descartado. Não se aceita nada menos do que a perfeição.

Para desistirmos de alguém basta perceber que esse alguém é de carne e osso e que, além de alegria, sente também tristeza ; basta descobrir que o outro, como qualquer ser humano, tem problemas, dificuldades, se afastando do ideal de perfeição tão cuidadosamente traçado. Hoje em dia descartamos as pessoas como se faz com brinquedos estragados em uma linha de produção.

Queremos que tudo seja rápido e absolutamente perfeito. Não há mais espaço para a conquista sadia, para o caminho de conhecimento mútuo que acontece aos poucos, para a parceria, para a construção conjunta. Queremos o produto acabado e sem defeitos. Não há espaço para que o amor possa acontecer. As avaliações são superficiais, afinal não temos tempo a perder.

– Ou serve ou não serve!

E se achamos, após algumas horas e um tanto de impressões superficiais, que aquela pessoa não serve, a jogamos fora, como fazemos com os arquivos da lixeira de nosso computador. Apertamos a tecla” Del” e seguimos em frente sem nem mesmo olhar para trás, muitas vezes deixando um rastro desastroso por nosso caminho.

Não é de se estranhar ver tanta gente sozinha.

Cada vez mais aumenta o número de pessoas insatisfeitas no amor. São homens e mulheres, em sua maioria gente bacana, tentando encontrar alguém com quem possam compartilhar o que tem de melhor. Mas, como uma ironia do destino, mesmo quando duas pessoas bacanas se encontram, acabam não tendo tempo de perceber isso. Estragam as coisas antes mesmo que as coisas tenham tempo de existir. A pressa, a ansiedade, a falta de paciência, são como uma foice, cortando o brotinho que ingenuamente se dispunha a crescer.

Por que fazemos isso?

Creio que nunca estivemos tão assustados como agora. Temos medo. Não apenas do outro, mas temos medo de nós mesmos, medo de não sermos capazes de atingir a perfeição autoexigida. Temos medo de que, ao entrarmos em um relacionamento, enxerguemos no outro (que é como um espelho gigante) , as nossas próprias imperfeições. E para não quebrarmos essa ilusão de que somos perfeitos, nos mantemos longe dos espelhos, longe dos relacionamentos.

É preferível acreditar que o problema está no outro. É o outro que está gordo demais, ou é inteligente de menos, ou usa roupas feias, ou cheira a mel estragado, ou sei lá o que mais formos capazes de inventar. Tudo para nos afastar da possibilidade de olhar para nossas próprias falhas e feridas.

Se o amor não é perfeito, muito menos somos nós.

Só quando aceitarmos a nós mesmos exatamente como somos, essa linda somatória de qualidades e defeitos, seremos capazes de abrir nosso coração para uma pessoa de verdade, de carne e osso, dessas que nem sempre combinam com as páginas de revistas ou personagens românticos de filmes e novelas.

Enquanto isso, continuamos trancados, fechados para o amor, atropelando as pessoas bacanas que tanto queremos encontrar, sem nem mesmo perceber a nossa responsabilidade no rastro de destroços que deixamos para trás.

PAIXÃO É ANTIESTRESSANTE, É ANTICANSAÇO

Olá, Pessoal!!

Tudo bem com vocês?  Espero que sim…

Vocês sabem o quanto eu amo os textos da Patrícia Gebrim, e o texto de hoje fala sobre como a paixão pode dar um novo “sabor” a nossa vida!!   A vida passa ter um outro sentido quando somos movidos por uma paixão, por algo que nos dê prazer em viver, prazer em continuar…  Jamais devemos nos entregar, todos os dias temos que achar um motivo, uma razão, uma paixão para continuar. 

Espero que gostem do texto!!

Beijocas, Claudinha

Essa é a minha paixão… Qual é a sua??

Não é preciso procurar muito para perceber como as pessoas andam cansadas. Pense um pouco. Olhe ao redor. Quantas pessoas reclamaram de cansaço para você no último mês? Na última semana? No dia de ontem? Olhe para si mesmo. Como anda sentindo seu nível de energia?

A triste verdade é que as pessoas estão se sentindo de verdade exaustas.

O caminho mais fácil para explicar tanta gente se arrastando por aí nos vem fácil, principalmente em uma cidade grande como São Paulo. Os vilões mais cotados são o trânsito, o excesso de trabalho, a pressão do trabalho, a correria, o acúmulo de tarefas, as cobranças alheias e próprias, o sedentarismo, a falta de tempo para lazer, e por aí vai.

Claro que tudo isso faz parte desse veneno que ingerimos todos os dias, mas eu gostaria de convidar você a um olhar mais aprofundado sobre o assunto.

Você já se apaixonou um dia?

Você consegue lembrar-se daquele tempo em que, movido pela paixão, você passava feliz por um dia intenso de trabalho sem nem perceber, cheio de energia, mal esperando o momento de encontrar-se nos braços da pessoa amada? Você se lembra de que, naquele tempo, se pegasse um trânsito infernal no caminho para a casa de seu amor, iria aproveitar o tempo no carro para ouvir as músicas que ouviriam juntos mais tarde? Você se lembra de quando, movido pela paixão, foi capaz de atos ousados e corajosos que coroaram de liberdade sua existência?

O que quero dizer com isso tudo é que, mesmo com todas as condições estressantes a que somos submetidos diariamente, se houver paixão em nossa vida, nos sentiremos estimulados e energizados. O cansaço some quando estamos apaixonados, não importa a pilha de tijolos que tenhamos de transportar. Somos capazes de derrubar com alegria e leveza mil tijolos, se estivermos fazendo isso por algo que faça nossos olhos brilharem. (Está aí o exemplo do muro de Berlim para provar o que digo!). Da mesma forma, podemos sucumbir a um tédio profundo ao carregar o segundo tijolo para a construção de uma fábrica de bombas atômicas.

Não é preciso que nos apaixonemos por uma pessoa. Podemos nos apaixonar por um projeto, por um sonho. Basta que encontremos algo que dê sentido, significado para a nossa vida. Algo que nos preencha com entusiasmo.

Quando nos apaixonamos, nos tornamos novamente cheios de vida. Essa vida, correndo em nossas veias, manifesta um poder que não podemos desprezar. Seja o poder de minimizar o impacto do estresse de nossa rotina, seja o poder de verdadeiramente mudar essa rotina para que se torne mais coerente com uma vida plena e feliz.

Acreditem, estamos tão cansados porque estamos entediados, estamos amortecidos, anestesiados, andando pela vida como mortos-vivos. Estamos tão cansados porque nossa vida anda desprovida de sentido, porque nos tornamos autômatos, porque nossa alma está enclausurada sem poder bater as asas e voar.

Se o cansaço vem tomando conta de você pare tudo por um instante e pergunte a si mesmo:

– O que pode fazer a vida voltar a valer a pena para mim?

– O que ando evitando enxergar?

– O que faria se não tivesse medo algum?

– Que sonhos abandonei pelo caminho?

Mesmo que não consiga ainda ter as respostas, não desista, continue a perguntar.

Um dia você saberá, e um sangue quente e vermelho preencherá cada célula de seu corpo com uma deliciosa sensação de vida, algo que cansaço algum conseguirá eliminar.

FÉRIAS: NECESSIDADE DE DESCANSO OU SAUDADE DE VIVER?

Olá, Pessoal!!

Tudo bem com vocês?  Espero que sim…   Como passaram o Natal?  Espero que bem… 

É claro que não podíamos terminar o ano sem um texto da querida Patrícia Gebrim por aqui, não achei nada mais propício que este texto que fala sobre férias…  É um pouco extenso, mas garanto que vocês gostarão.

Beijocas a todos,

Claudinha

O calor está ficando mais intenso, os dias mais azuis, o ano vai se arrastando em direção a mais um término. É nessa época que todos começam a enlouquecer, afinal, depois de tanto trabalho, sentem-se mais do que merecedores das tão desejadas férias de fim de ano!

Precisamos de pausas no dia-a-dia, sair da rotina, desfrutar de simples deleites, como ouvir boa música, brincar com o bichinho de estimação, papear com aquele velho amigo… Ao humanizar nosso cotidiano com uma vida de mais qualidade, não depositamos todas nossas esperanças de paz e descanso nas férias que duram apenas semanas Começa a correria para logo reservar um hotel, ou ao menos uma pousada, em uma praia bacana. E o estresse vai aumentando quando vamos nos dando conta de que já estamos atrasados, quando não conseguimos reservar vôos ou encontrar lugar no tão desejado hotel. O que era para ser um momento paradisíaco de descanso e tranquilidade, uma forma de nos compensarmos por um ano de trabalho e tanto esforço, acaba tornando-se uma luta, antes mesmo de acontecer.

Fico pensando em como andamos perdidos em meio às exigências do mundo moderno.

O nosso dia-a-dia virou uma batalha sem fim, tão exaustiva que nos deixa enlouquecidos a ponto de “vender a alma” por um assento em um avião ou um quarto em um resort bacana qualquer. Isso sem falar na angústia que muitos sentem ao pensar nas tais festas de fim de ano. Para alguns o Natal e o Revéillon são momentos de alegria, mas para muitos de nós são momentos em que temos a obrigação de estar felizes, de nos divertirmos, de ficarmos bem a qualquer custo.

Se acabasse por aí, não seria tão mal, mas o fato é que depois de todo esse esforço, um dia nos vemos confortavelmente sentados em uma espreguiçadeira ao lado da mais maravilhosa piscina, com um drink exótico nas mãos, em frente a uma maravilhosa praia de areias brancas, e tudo o que conseguimos sentir é … tédio!

De tanto correr em nosso dia-a-dia, acabamos viciados nessa agitação, o que nos rouba a possibilidade de aproveitar o tão merecido descanso à beira-mar. Não conseguimos simplesmente relaxar e desfrutar. Precisamos “fazer”, “fazer”, “fazer”.

O que anda acontecendo conosco?

Se continuarmos nesse ritmo, um dia olharemos no espelho e veremos que antenas despontam por entre nossos cabelos.

– Estamos nos transformando em robôs!

Não posso deixar de pensar em como seria se nos recusássemos a agir como se fôssemos peças dessa engrenagem. Se mesmo agora, em meio a nossas atividades cotidianas, preservássemos alguns prazeres simples que nos definem como seres humanos. Se “sentíssemos” mais as coisas simples da vida, parando de agir como máquinas fazedoras de coisas.

Se nos permitíssemos uma pausa no trabalho para um telefonema a um amigo querido. Se criássemos singelas ilhas de humanidade nesse cotidiano robotizado na direção do qual todos temos sido empurrados. Se nos atrevêssemos a prejudicar um pouquinho a nossa produtividade em troca de um momento de humanidade (será que nossa produtividade seria mesmo prejudicada?).

Se ao voltar do trabalho, ao invés de nos conectarmos imediatamente àquela outra máquina, chamada televisão, acendêssemos velas douradas em nossa casa (com segurança, é claro… não estou propondo nenhum incêndio!), colocássemos uma música bonita para tocar, tomássemos um banho com cheirinho de flores, brincássemos com um animalzinho de estimação, conversássemos com nossos parceiros, fizéssemos um pouquinho de carinho em nossos filhos, fechássemos os olhos e mergulhássemos na calma que existe em algum lugar lá dentro de nós.

Quem sabe assim nos sentíssemos vivos outra vez e não precisássemos desesperadamente de férias para nos dar uma sensação de vida ao menos uma vez ao ano.

Quando eu vejo todo esse caos nos aeroportos, os congestionamentos nas estradas nos feriados, essa loucura toda que vai se intensificando nesta época do ano, tento perceber qual pode ser o aprendizado escondido por trás desse panorama.

Eu sempre gosto de buscar o que pode estar por trás dos fatos… Por que isso está acontecendo? O que temos que aprender com isso?

Eu não estou negando que existam problemas reais que necessitam de soluções reais! Ok, é claro que muito precisa ser feito para que a crise aérea e do turismo possa ser minimizada.

No entanto, repito… por que estamos tendo que passar por isso?

Estamos enlouquecendo na mesma proporção em que os vôos atrasam, em que as estradas ficam apinhadas de carros?

Como podemos lidar com isso de forma diferente?

O que estamos buscando com tanta intensidade?

Repito. Penso que estamos em busca de “vida”. Precisamos desesperadamente nos sentir vivos, sentir que não somos máquinas fazedoras de dinheiro. E é como se só existisse vida fora de nossas rotinas, em momentos de férias ou de lazer. Sorte das agências de viagens, modernos “bancos de sangue”!

Esse, a meu ver é o engano a que todos estamos sendo levados a crer. Que trabalhamos para pagar por um pouquinho de sangue em nossas veias, por duas semaninhas de férias no final do ano, por três dias quando é feriado. Passamos meses mortos, agindo como robôs, para comprarmos momentinhos de vida em meio ao mar do Caribe, em alguma praia no Nordeste ou algo assim…

Quer saber? Estamos enganando a nós mesmos!

Enquanto não conseguirmos nos sentir vivos todos os dias, aqui e agora, não serão as férias que trarão o sangue de volta a nossas veias!

Experimente.

Desligue a televisão, diminua o seu ritmo, abra espaço para mais trocas humanas.

Perceba que a nossa vida já é uma maravilhosa viagem. Desfrute-a.  Aqui.   Agora.

O QUE FAZER QUANDO O CINZA TOMA CONTA DA SUA VIDA?

Texto de Patrícia Gebrim, publicado no site www.vyaestelar.com.br

Qualquer um de nós pode ser, vez ou outra na vida, tomado por um lado sombrio que torna tudo cinza ao nosso redor.

Quando isso acontece, como se estivéssemos doentes de alma, enxergamos sempre o pior de cada situação. Nesse panorama sombrio, nos sentimos aprisionados, encurralados, como se na vida não houvesse saída.

Você já encontrou alguém assim? A pessoa fica tão paralisada naquele lugarzinho apertado dentro de seu próprio sistema de crenças que, por mais que tentemos lhe dar opções, ela sempre responde com:

– Pode ser que você esteja certo, mas…

Olhando de fora vemos que existem sim saídas, e percebemos que as coisas não são tão negras como aquela pessoa parece acreditar. Mas, por mais que tentemos aliviar o peso da situação ou sugerir caminhos para uma melhora, a pessoa parece não ser capaz de enxergá-los. Responde sempre com um “mas”, seguido de uma justificativa que inviabiliza a solução. É como se, de alguma forma, ela quisesse permanecer lá, naquele lugar horrendo de dor e frustração. E nós, que tentamos exaustivamente ajudar, acabamos por nos sentir frustrados, quando não irritados… e muitas vezes acabamos por desistir de ajudar. Como se a pessoa fosse um saco sem fundo, vemos que nossas sugestões são tragadas, uma a uma, caindo num buraco negro que existe lá no fundo do saco. (Devem estar flutuando em algum canto do Universo numa hora dessas…) Ah… que cansaço isso dá!

Sabemos que para sair desse buraco é necessário que se mantenha o equilíbrio, que se tenha paz para raciocinar com clareza, que se tenha atenção para pescar uma solução criativa nesse rico mar que é nosso inconsciente, cheio de belezas e tesouros. É preciso compreender que de nada adianta sobrecarregar a própria vida com esse peso mortal que destrói a leveza das ideias, que afasta de nós toda a alegria e o encantamento.

Quando tornamos tudo sério e grave dentro de nós, acabamos por projetar essa carga ao nosso redor, e logo nos percebemos rodeados por uma sensação densa e ruim, oprimidos e esmagados por uma realidade que nós mesmos criamos. Logo estamos nos sentindo completamente desesperançosos, impacientes com tudo e com todos, nos tornando parecidos com máquinas ambulantes produtoras de reclamações e mau humor. O brilho de nossos olhos se apaga e ganhamos uma espécie de peso, como se estivéssemos atados a enormes bolas de ferro que nos prendem cada vez mais ao chão, nos afastando do suave mundo onde pulsam infinitas soluções criativas, nos afastando daquela camada sutil cheia de novas ideias que flutua leve, bem acima de nossas cabeças e que poderia nos tirar desse estado incômodo e assustador.

Se ao menos fôssemos capazes de olhar para cima, se parássemos de, obsessivamente, catalogar as pedras e obstáculos ao nosso redor, enxergaríamos saídas, seríamos ajudados a flutuar e, como leves pássaros, seríamos soprados em direção a outras realidades, mais amenas, mais gentis, mais livres.

Se você quer mudar sua vida, precisa concordar em abandonar essa atitude que tem mantido você atado a uma vida que não lhe traz felicidade, Não importa o que você tenha criado em sua vida, a solução reside em uma palavra: desapego. Você não pode mudar o passado, mas pode se desapegar dele, deixá-lo para trás. Não perca tempo tentando entender, catalogando tudo, ou recriminando a si mesmo pelas escolhas errôneas que fez em sua vida. Isso de nada ajuda! Foque-se completamente no presente, seja amoroso e compassivo para com seu próprio Eu. Perdoe as atitudes que tenha tomado e que lhe tenham feito mal. Isso já passou. Olhe para cima, para o novo e permita-se construir uma nova realidade onde se sinta mais leve.

O mundo terá a gravidade que você decidir lhe dar. Você não precisa mudar o mundo. Mude a si mesmo, e o mundo se transformará antes que você consiga compreender como isso pode ter acontecido.

PATRÍCIA GEBRIM

Bom dia, Pessoal!!

Tudo bem com vocês?  Espero que sim…

Não sei se lembram, mas em setembro eu havia comentado que iria participar do lançamento do livro “Enquanto escorre o tempo” da Patrícia Gebrim…

Pois é, estive lá, mas até então não tinha tido tempo de comentar sobre o evento aqui.  O evento foi realizado na Livraria Millenium na Rua Agami, 223, estive lá com o meu marido e posso dizer a vocês que a Patrícia é um doce de pessoa.

Patrícia nasceu em São Paulo, é formada em odontologia, mas um dia resolveu dar uma virada em sua vida profissional, voltou a estudar e graduou-se em psicologia.  Ela trabalha há 15 anos na área clínica atendendo adultos e adolescentes. É autora dos livros: Palavra de criança, Falando de amor, Gente que mora dentro da gente e Jardim dos anjos.

Desde 2004, Patrícia tem uma coluna quinzenal do site Vya Estelar (www.vyaestelar.com.br), onde aborda temas relacionados á qualidade de vida.

 Em 2008, um dos leitores sugeriu que ela compilasse os artigos e os editasse e, assim, nasceu “Enquanto escorre o tempo”.  No livro ela utiliza exemplos reais que ajudam a compreender e a superar situações difíceis enfrentadas na rotina diária.  Adorei o livro, recomendo, Patrícia nos ensina a usar o tempo a nosso favor.

Patrícia, desculpe pela demora em citar aqui nosso encontro e muitissimo obrigado pela oportunidade de conhecê-la pessoalmente!!!