Por Claudia Grycak
Quem nunca foi até a farmácia comprar aquele “remédinho” que a Tia Gertrudes disse que era bom para dor de cabeça? Ou aquele outro que a Judite disse que era bom para dor nas costas? E aquele que o João toma quando está com dor de estômago?? Ah tem também os remédios indicados pelo “Dr. Google”, vocês conhecem?
Pois é, todos já fizemos isso pelo menos uma vez em nossas vidas, na ânsia de acabar com determinada dor ou desconforto acabamos fazendo qualquer negócio. A maioria das pessoas nem se dá ao trabalho, de no mínimo, ler a bula do tal medicamento para ver as indicações, contra-indicações, a posologia, simplesmente acabam ingerindo da maneira como a Tia Cotinha ensinou.
Isso me faz lembrar uma situação curiosa, uma prima me indicou um determinado remédio que ajudaria a melhorar a meu problema. Na pressa de melhorar, comprei o remédio e conforme indicação da querida prima tomei 02 colheres de sopa. Tomei o santo remédio na hora do jantar e o danadinho começou a fazer efeito lá pelas 22:00 hs, pensei comigo: “Que maravilhaaaaaaaaaa, vou tomar cada segundo dia esse remédio dos Deuses”. Mas eu não sabia o que estava por vir: primeiro torcidas horriveis na barriga como se fosse sair um alien, então começei com aquela coisa de ir ao banheiro a cada 30 minutos, depois a cada 20, a cada 15, até que decidi ficar por lá até que a minha situação melhorasse. Lá pelas 6:00 da manhã sem forças, sem dobras, com os olhos fundos, completamente vazia por dentro e com cólicas terríveis, resolvi pegar a caixinha do santo remédio, que àquela altura eu já chamada de remédio do diabo, e resolvi ler a posologia: 02 colheres de café. Depois de passar uma noite de rainha (sentada no trono) desisti das receitas mirabolantes de tias, amigas, vizinhas, primas e hoje só tomo remédio com orientação médica.
Mas deixando essa história de rainha pra lá…
A Abifarma realizou um levantamento em 2009 onde constatou-se que mais de 80 milhões de pessoas confirmam o uso de remédios sem prescrição médica. Essa atitude é de alto risco, pois toda medicação tem reações adversas e significativo potencial de risco com o uso indiscriminado. É grande o número de pacientes que chegam aos hospitais com intoxicação, reações adversas causadas pelo uso de remédios, existem casos relatados até mesmo de pessoas que vieram a óbito por causa do “remédinho” para dor de cabeça que o vizinho indicou.
Para algumas pessoas remédio acaba virando um item de consumo, de uso comum e não um bem de saúde. Um remédio errado pode camuflar uma doença, pois medicações do tipo antibióticos, analgésicos e antiiflamatórios comprometem o resultado de alguns diagnóticos, tanto que quando vamos fazer exames laboratoriais, os atendentes sempre nos perguntam se estamos fazendo o uso de remédios e o nome dos mesmos.
A combinação de medicamentos, só deve ocorrer por indicação médica, pois pode causar muitos danos a nossa saúde. O tipo e o número de danos depende de cada organismo, mas podemos citar alguns, como resposta alérgica, apresentação de quadros como urticária, dores de cabeça, vômito, tontura e até mesmo dificuldade para respirar, devido a choque anafilático, podendo até levar à morte. Por isso, jamais indique uma medicação, principalmente se ela for utilizada por crianças de primeira infância, grávidas, idosos ou pacientes crônicos, que são extremamente sensíveis.
Somente o médico tem condições de nos avaliar e indicar o melhor remédio.
Vejo nas comunidades muitas pessoas em busca de remédios para curar a alopécia, gente se tivesse uma única medicação que curasse, com certeza estaríamos todos cabeludos. Outra coisa, lembrem-se sempre que a medicação reage de maneira diferente para pessoas diferentes, por isso sempre que me perguntam porque tal remédio não deu certo comigo e deu com a Mariazinha, eu sempre respondo: Cada caso é um caso!!!
Tem médicos por aí receitando remédio usado para curar problemas no ânus para pessoas com alopécia com a promessa de que os cabelos nascerão. Tem muio picareta vendendo pela internet medicamentos que são expressamente proibidos para mulheres. Ainda tem farmácias dando o famoso jeitinho e vendendo remédios controlados sem receita. Gente muito cuidado!!
Não podemos nos iludir com propagandas, nenhum medicamento é 100% seguro e sem nenhuma contra-indicação. Muitos anúncios de medicamentos, principalmente, aqueles transmitidos nas rádios, televisões, divulgados por e-mail ou internet onde a aquisição do produto é realizada através do pedido por telefone ou e-mail, não têm sequer registro no Ministério da Saúde.
Fiquem atentos…
Melhor ficar sem os cabelos mas estar com a saúde em dia.
Um bom final de feriado para todos!!
Beijocas, Claudinha
Bem, eu como Farmacêutica não posso deixar de alertar sempre sobre o perigo da Automedicação.
Se soubéssemos a quantidade de pessoas que vão a óbito todos os anos por intoxicação pelo uso indevido de medicamentos com certeza pensaríamos duas vezes antes de tomar aquele comprimidinho que o médico do vizinho da amiga da prima da minha cunhada receitou pra ela!!!
Pra alopecia então todos sempre têm não uma mas “n” receitinhas, e sejamos sinceros…ainda não inventaram uma fórmula mágica né!!!
Por isso atenção, cuidado e bom senso sempre e em quaisquer situações.
Bjinhos.
Drica
QUAL É O MELHOR REMÉDIO PRA ALOPÉRCIA?TEM TRATAMENTO?
Querida Shirley,
Quando surgiu a idéia de criarmos o blog, foi para estreitarmos a relação com as pessoas que são portadoras de Alopécia, além de colocarmos nele diversos assuntos, trocarmos experiências, dica de moda, comportamento, filmes, músicas, falar sim de medicamentos, mas jamais indicá-los.
Beijos,
Claudinha e Drica