Por Roberto dos Santos Vaz
Há muitos anos, fui ao cinema assistir um filme da saga “Jornada nas estrelas”, o enredo do filme, muito bom por sinal, focava o amor entre dois oficiais da nave Interprise, onde a garota era portadora de alopecia. A beleza daquela artista era tamanha, que o foco do filme, a quem assistia, era desfocado. Percebi que toda a atenção dos espectadores deixava a trama de lado voltando-se a linda moça careca.
Eu era muito jovem e ali comecei a perceber que mesmo sem cabelo, aquela moça era surpreendente, ou seja, ninguém a notava sem cabelos.
O que eu aprendi é que as coisas quando olhadas individualmente chocam, enquanto, quando partimos para o conjunto da obra, tudo se completa, e em alguns casos, o todo da obra é surpreendente.

Acredita-se que alopecia areata seja uma doença auto-imune que faz o organismo tratar os folículos capilares como tecido externo e desta forma suprime ou para seu crescimento. Alopecia areata não é contagiosa, mas pode ser hereditária – há alguns poucos casos de bebês nascerem com alopecia areata congênita. Ainda não está provado que o estresse seja um fator crucial.
Há pessoas que buscando uma solução imediata e reversiva à doença, submetem-se a tratamentos dolorosos sem eficácia cientifica de cura; a rituais exóticos, e em muitos casos na deterioração do equilíbrio psicológico. A severidade da doença no âmbito psicológico talvez seja mais devastadora do que a própria alopécia. Mexe com a vaidade feminina e cria uma busca interminável pela satisfação pessoal, que no caso, o restabelecimento dos cabelos.

Fiz referencia ao filme, porque lá longe percebi que quem é bonito, não em plástica, mas no conjunto da obra, como fiz menção, faz qualquer deficiência inexistir. O que falo é realidade. A vaidade, que é natural, agride muito mais que qualquer doença, limitando a pessoa.
Há casos onde pessoas em descontrole emocional, prendem-se no fato de encarar o problema escrachando-o. Atingindo de forma tosca a sociedade. Creio que objetivem a aceitação por parte da sociedade, do problema, fazendo que o conjunto da obra seja desmontado em peças como um brinquedo Lego, e que a parte separada seja posta à mostra insistentemente para uma aceitação, a meu ver, desnecessária. Desta forma, não se aceita, se tem dó ou se desenvolve uma forma humana de piedade.

Gostaria que todas as pessoas fossem tão especiais como a minha mulher, portadora de alopecia, que aceita a adversidade numa boa. Ou de lenço ou de peruca é linda pela pessoa que é. Tem sua vaidade, que é singular, e seu próprio jeito de ser. Não recomenda a ninguém procedimento, pois sabe que cada um se sente melhor da sua forma.
Sabe o que eu acho o mais importante? Jamais perder a docilidade, mesmo que percamos as pernas, os olhos, os cabelos, etc. Só não podemos perder a forma que somos.
Essa é a minha opinião pessoal não só por conviver com alguém que é portadora de alopécia, mas por conviver com pessoas realmente com inúmeros problemas de deficiências limitantes, mas que vivem melhores que nós.
Precisa falar mais???
Adorei!!!
Roberto parabéns por ter encontrado a Claudinha em seu caminho e obrigada por este texto emocionante.
Que família linda a de vocês!!!
Gde beijo.
Drica
Ela é Linda!!
Achei ela muito linda sem peruca, não precisa de cabelos pra ser bonita.
Parabéns pela sua esposa.
Amém claudinha seu testemunho fortaleceu mais minha fé,sua família é linda continue nessa força te amo em jesus cristo amém!